O Ministério da Educação cancelou na madrugada desta quinta-feira a realização do Exame Nacional do Ensino Médio, que seria aplicado neste fnial de semana para mais de 4 milhões de pessoas em todo o País. O cancelamento teria ocorrido em virtude do vazamento da prova, segundo afirma o jornal Estado de S. Paulo, desta quinta-feira.
A decisão teria sido tomada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, após tomar conhecimento do vazamento. De acordo com o Estado de S. Paulo, por telefone, um homem procurou o jornal na tarde dessa quarta-feira e disse que tinha duas das provas que seriam aplicadas no sábado. Em troca da informação, teria cobrado R$ 500 mil.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Reynaldo Fernandes, disse ao jornal que “há fortes indícios de que houve vazamento, 99% de chance”.
Haddad disse ao jornal que não teve acesso ao material da prova e confirmou o vazamento após consultar técnicos do Inep, com base em informações que teriam sido passadas pelo jornal ao ministro.
Fonte: Terra.
QUESTÕES QUE VAZARAM
No exame a que o Estado teve acesso, a prova de linguagens e códigos, que seria aplicada no domingo, tinha na questão número 1 uma tira da personagem de história em quadrinhos Mafalda. Na folha seguinte, o exame reproduzia uma bandeira do Brasil com a área verde parcialmente suprimida, simbolizando o desmatamento. A imagem lembra uma campanha publicitária famosa da organização não governamental SOS Mata Atlântica. Embaixo dela, a prova tinha a seguinte frase: ‘Estão tirando o verde de nossa terra’. Em outro trecho do exame, também no alto, à esquerda, os examinadores usaram no enunciado o poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, aquele que começa com os versos ‘Minha terra tem palmeiras/onde canta o sabiá’. As questões da bandeira e do poema foram confirmadas pelo MEC como originais.
Outro trecho literário usado no Enem tinha o verso de Carlos Drummond de Andrade: “No meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho”. Mais adiante, a prova reproduzia um texto da revista Veja sobre o filme Touro Indomável, de Martin Scorsese. Outro personagem usado no Enem era o gato Garfield. O programa de mensagens instantâneas MSN é mencionado em uma das questões.
O encontro no qual o Estado viu trechos da prova aconteceu ontem à noite, na zona oeste de São Paulo. O homem que telefonou para a redação estava acompanhado de outra pessoa. Eles disseram ter recebido o material na segunda-feira, de um funcionário do Inep. Afirmaram que o esquema de fraude tinha cinco pessoas. - Ninguém aqui é bandido, ninguém tem ficha na polícia, nós dois temos emprego - disse o homem. Ele afirmou que recebeu o material “de Brasília, de gente do Inep, do MEC”. Disse que viu na situação a oportunidade de ganhar dinheiro. - Não tenho motivação política - garabtiu. Ele afirmou que procurou um advogado para orientá-lo. - Registramos em cartório cópias das provas - ressaltou. Seu companheiro, mais incisivo, cobrou o tempo todo da reportagem uma posição sobre o pagamento dos R$ 500 mil. - Isto aqui é muito grande, eu não quero correr o risco de morrer por nada - afirmou. Diante da negativa da reportagem, ele se impacientou. - A gente vende isto aqui até por mais dinheiro - disse, revelando a intenção de procurar emissoras de TV.
O MEC tem uma outra versão da prova do Enem pronta para substituir a que foi cancelada. A expectativa do ministério é realizar o exame em 45 dias. Como a metodologia do Enem exige que as questões sejam pré-testadas, o Inep tem um banco com cerca de 1,8 mil delas. O exame mudou este ano para funcionar como vestibular unificado nacional: 24 universidades federais tinham abolido seus processos seletivos em favor do novo Enem. Informações do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: copia meu filho
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